Antes de tudo humanizar é um processo entre o homem e seus semelhantes
que por suas próprias ações medeia,
regula e controla os seus sentimentos, dá condições, torna
benévolo, afável, solicito, compreensivo, perdoador, interessado na resolução
de problema, sensível a dor e sofrimento dos outros, adquiri hábitos sócias
polidos, civilizados.
Humanização é uma palavra em moda, muito utilizada atualmente, onde o
homem deve ser visto como único mas,
que faz parte de um todo e necessita de
atenção holística: biopsicosocioespiritual.
Deve-se reconhecer de que cada homem difere-se em suas individualidades
e peculiaridades, com necessidades diferentes, mas, que suas necessidades de
atenção não podem ser repartidas, separadas.
Podemos dizer que desde que o mundo é mundo, o homem e a mulher,
necessitam de atenção para a manutenção da vida: a orientação de Deus, seu
perdão, segurança, amor, abrigo, e fontes de alimento (caçar, pescar). Os
primeiros seres humanos foram chamados por nomes próprios e não somente por
homem e a mulher. Falar sobre o
humanização é algo que parece natural, tão unido a própria existência da
humanidade que as vezes não percebemos o quanto não se põe em prática no real
significado de sua palavra.
A palavra humano veio do latim, Humanus
relacionado ao Homo” homem” e HUMUS,
pela noção de coisas terrestre. Todos estão de acordo no entendimento de que a humanização
na enfermagem significa uma forma de ação humana à compreensão de ser bem
tratado, amparado assistido, valorizado, compreendido, dignificado, seguro,
respeitado em seus valores e crenças.
A satisfação das necessidades biopsicosocioesperituais do cliente em
busca de tratamento, constitui uma condição fundamental na busca da excelência
da assistência da enfermagem, com o olhar crítico voltado para a satisfação, tratamento
e recuperação do paciente em um momento, em que tudo e todos que o rodeia estão
fora da sua zona de conforto. Longe da
sua casa, seu trabalho, seus parentes, sendo manuseado, indagado, exposto,
dependente de pessoas completamente desconhecidas, com medo do futuro, com
preocupações diversas como possibilidade da morte, da incapacidade, e perdas.
Por sua vez, o cuidador ora se confunde com a própria expressão dessa
humanidade que pratica produzindo a
realidade que ora se afirma na
experiência do dia a dia na consciência
de que em suas mãos estão vidas e
pessoas que não são somente objetos de suas práticas, mas de sua atenção
e que delas necessitam para sobreviver. Citando Vanda Horta: “É gente cuidando
de Gente”.
A humanização não é somente o cumprimento de valores éticos, mas, o
reconhecimento de pessoas, respeitando sua dignidade, seus direitos como pessoas
e cidadãos.
Na enfermagem a humanização deve ser considerada como uma filosofia
prática: uma palavra, um toque, um sorriso, um olhar o interesse pela
integridade e bem estar do paciente, respostas às perguntas, um cumprimento,
conforto, esperança. Identificar-se e Chamar o paciente pelo nome significa conhecer
a sua presença interessar-se, e
tornar-se uma pessoa aquém ele possa dirigir-se quando necessário e nas suas
dores...
Humanizar a assistência é pôr-se
a disposição do cliente ajudando nas
suas incapacidades, garantir seus direitos de igualdade e dignidade.
Possibilitar o acesso dos parentes na sua unidade de internamento, ensinar a
autocuidar-se, higienizá-lo quando o seu grau de dependência não permiti que
sozinho o faça, ajeitar o seu travesseiro, avisar antes de executar qualquer
procedimento, como irá ser feito, se será desconfortável, qual a finalidade da prática,
conservar a sua privacidade quando necessário realizar a procedimento que requeira
exposição de alguma parte intima do seu corpo, zelar pela a sua segurança,
mantê-lo confortável no leito, cumprir com todas as orientações da equipe de
saúde, tornando sua estadia no hospital o menos sofrido possível, visando sua
satisfação na qualidade da assistência
com o olhar direcionado a mais rápida recuperação.
Citando Antoine de Saint-Exupéry: “Tu se tonas eternamente responsável
por aquilo que cativas”. Humanização é um substantivo abstrato concretizado através de ações, transformando pequenos atos muitas vezes sistematizados na
prática da enfermagem, em grandiosos
prodígios de dignidade, fidelidade, beneficência, confidencialidade, respeito,
satisfação, conforto, segurança e felicidade. A execução da resolutividade dos
cuidados humanizados contribui também para a satisfação da equipe, ajudando a
manter a qualidade das relações interpessoais e ao encantamento em relação à
profissão e suas práticas.
Dra. Maria Regina Pastor de Oliveira
Fundadora e Diretora da Escola Técnica em Saúde Maria Pastor