Hoje, no dia Mundial da Osteoporose, a Escola Maria Pastor separou um artigo científico sobre esta doença que alcança homens e mulheres, principalmente os que passaram dos 50 anos e as mulheres que estão na menopausa. Neste texto, vamos verificar dados da doença no Brasil e as formas de prevenção e como tratá-la.
Prevenção versus fratura
Por Dr. Cláudio Mancino (Ortopedista)
A osteoporose é uma doença esquelética associada à diminuição da força óssea, predispondo aumento do risco de fraturas. Vários aspectos contribuem para as fraturas, como redução da massa e microarquitetura ósseas, do processo de remodelação óssea e dos microdanos. Outros fatores como quedas devem ser considerados importantes. Em torno de 25% dos homens e 40% das mulheres com mais de 80 anos terão uma fratura do quadril, sendo estas de consequências devastadoras para a população, apresentando um alto grau de morbimortalidade.
Estima-se que no Brasil 5,5 milhões de pessoas tenham osteoporose e que ocorra 1,6 milhões de fraturas secundárias à osteoporose por ano, sendo 200 mil na região do quadril, 600 mil de fraturas vertebrais e 1 milhão de fraturas no punho. Cerca de 40% das mulheres com idade superior a 50 anos irão desenvolver osteoporose. Destas, apenas três em cada dez terão o diagnóstico de osteoporose. O risco de uma mulher com idade superior a 50 anos apresentar fratura por osteoporose é de 35,7% maior que cânceres de mama, ovário, e endométrio. No homem, a casuística é de 13%, comparável À do câncer de próstata.
No Brasil, a osteoporose apresenta um índice de cerca de 25% nas mulheres na pós-menopausa. É a principal causa da fraturas nas mulheres pós-menopáusicas e em idosos. Fraturas osteoporóticas podem apresentar evolução silenciosa e ocorrem predominantemente em vértebras, no quadril, costelas e rádio distal. Essas fraturas podem ocorrer por trauma mínimo ou queda da própria altura. Entretanto, fraturas do punho podem ser o primeiro sinal de alerta para a osteoporose em mulheres logo após a menopausa. Esse é um dado de alerta a ortopedistas que trabalham em serviços de emergência e atendem a muitas fraturas do punho, as quais muitas vezes não são investigadas ou encaminhadas para investigação clínica ou tratamento.
As fraturas vertebrais são muitas vezes subdiagnosticadas pela falta de sintomatologia, e apenas uma parcela delas apresenta diagnóstico clínico. Como consequências clássicas, levam à perda de estatura com hipercifose dorsal. Uma fratura vertebral não observada, não tratada, acarretará novas fraturas vertebrais independentemente da densidade mineral óssea.
As fraturas do quadril ocorre em razão de quedas, sendo as manifestações mais graves, já que 18% a 34% dos pacientes morrem dentro de seis meses e 12% a 20%, em um ano após a fratura. Além disso, 50% dos pacientes ficam incapacitados de realizar funções as quais tinham capacidade de realizar anteriormente.
Fatores de risco para a morte e piora da capacidade funcional após fratura do quadril se associam a sexo masculino, idade avançada, aumento das comorbidades, sarcopenia e incapacidade funcional.
Dados da Fundação Internacional de Osteoporose informam que, em 2050, a expectativa de fraturas do quadril será de três a quatro vezes maior que a atual.
A densitometria óssea ainda é considerada padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose. Desde 1994, vem sendo adotada a classificação da Organização Mundial da Saúde, sendo assim considerada:
- normal (desvio padrão - 1);
- baixa massa óssea (osteopenia); desvio padrão – 1a – 2,5;
- osteoporose / desvio padrão < - 2,5;
- osteoporose estabelecida / desvio padrão < - 2,5*.
- baixa massa óssea (osteopenia); desvio padrão – 1a – 2,5;
- osteoporose / desvio padrão < - 2,5;
- osteoporose estabelecida / desvio padrão < - 2,5*.
*Pelo menos uma fratura por fragilidade óssea.
Fonte: WHO, 1994.
Fonte: WHO, 1994.
A densidade mineral óssea associada a fatores clínicos de risco prediz fraturas de fêmur e outras fraturas osteoporóticas.
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