A operação de equipamentos emissores de radiação ionizante requer uma formação mínima de nível técnico em Radiologia. Porém, não é isso que vem ocorrendo nas penitenciárias do Espírito Santo.
O uso do bodyscan - equipamento destinado a escanear o corpo humano em presídios, aeroportos e órgãos públicos – feito de forma irregular por agentes penitenciários do Espírito Santo tem sido a causa de abortos de gestantes que visitam familiares detentos.
Segundo a presidenta do CONTER¹, Valdelice Teodoro, “Até o terceiro mês, a gestante não pode ser submetida a exames radiológicos, pois o feto é muito sensível à radiação. Essa exposição pode levar à má formação do bebê ou à morte.”
Os relatos das vítimas demonstram a forma absurda a que são submetidas pelos agentes: há ocasiões onde as gestantes são obrigadas a passar pelo bodyscan até cinco vezes consecutivas. Os fetos eram confundidos com drogas nas imagens obtidas, há até em casos onde a gestante tinha um exame de gravidez em mãos, mas era obrigada a passar pelo equipamento.
Espera-se que haja a imediata adequação às normas de segurança de uso desses equipamentos emissores de radiação ionizante, não só nas penitenciárias, mas em todos os órgãos que o utilizam, até mesmo porque tais equipamentos serão cada vez mais utilizados no país com a vinda de grandes eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A expectativa é de que vidas deixem de sejam perdidas por conta da incorreta utilização de equipamentos deste porte.
Fonte: REVISTA CONTER, Brasília. Ano VII - Edição 29. p. 6-9, nov. 2013
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¹ Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia
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