A área de saúde ocupa-se da
produção de cuidados integrais, diagnósticos, apoio ao diagnóstico no âmbito público
do sistema de serviços de saúde, por meios de ações claras, proteção e prevenções
desempenhadas por profissionais de diferentes áreas que compõem o sistema único
de saúde.
É de suma importância que haja a pactuação e
interação com os setores da economia e a sociedade que tem relevância com o
estado de saúde dos brasileiros.
Não precisamos somente de mais médicos,
mas, MAIS TUDO: mais organização nos respectivos serviços, que não sejam
ignorados, mais hospitais, mais condições de trabalhos, mais equipamentos, mais
engenheiros especializados na engenharia para equipamentos médicos (instalação,
adaptação, manutenção, avaliações, testes de segurança e eficiência de máquinas
utilizadas no tratamento e manutenção da vida) mais profissionais com formação
em administração, mais estatísticos, mais profissionais habilitados em recursos
humanos e gestão de pessoas, e outros profissionais indispensáveis para a
prestação de um serviço de qualidade em saúde.
Maior oferta dos serviços básicos nos grotões
do Brasil para que o profissional de saúde que lá se instale possa não somente
trabalhar, mas, manter-se atualizado mantendo sua dignidade não somente como
profissional, mas também como cidadão. Como mandar um profissional de saúde para
trabalhar em um vilarejo ou cidade sem saneamento básico, sem moradia digna,
sem escola de qualidade para seus filhos, sem opção de lazer a não ser tomar
banho em rios poluídos onde se desemboca
todos os dejetos por falta de esgotos?
Como atender em um pequeno posto de saúde sem equipamentos
de pelo menos um laboratório de análises clinicas para auxilio diagnóstico? Sem
um equipamento de bioimagem para um simples RX?
Não precisamos de somente mais
médicos, precisamos de organização do serviço público, de competências básicas
dos gestores a fim de que antes de encontrar soluções imediatistas populistas,
demagogas, analise as necessidades gritantes do eixo da saúde, impondo limites
e fronteiras aos desmandos, não ignorando que o cuidador também precisa de
cuidados e condições de trabalho para poder fazer da sua profissão um
sacerdócio voltado para o bem estar e manutenção da vida humana.
Avaliem a quantos quilômetros ficam os parcos
hospitais de referencias de um lugar em que muitas vezes não dispõe de uma ambulância
a disposição da população, ou quando há, encontra-se quebrada ou não tem
gasolina. Não indo muito distante, avaliemos as dificuldades explicitas na
mídia de se conseguir um leito de UTI em neonatologia e UTI adulto nas cidades de grandes e médios portes. A
mídia tem mostrado que muitos morrem em macas sem assistência intensiva por
falta de leitos.
Por tratar-se de uma área
intensamente legislada, senhores gestores, planejem seus trabalhos depois de
pesquisas cientificas, sérias, elaborem um projeto de ação sem indicações políticas,
determinem objetivos, estabeleçam prioridades de acordo com as necessidades da
população, selecionem recursos, sem desvios, para outras atividades,
supervisionem suas execuções e agregações de valores, estudem as prevalências e
incidências das doenças de determinada
população, calcule com bases reais e matemáticas o recurso humano
necessário para atender a determinado
lugar.
Planejem, organizem, dirijam,
executem e controlem sob uma liderança honesta composta por um grupo de cidadãos da comunidade. Usem
como medidor da satisfação do cliente, um cronograma para avaliações periódicas
através de auditores fiscais especializados na área.
Concluindo: No exercício da minha profissão, já
coloquei muitas gestantes e puérperas de “valete” em uma só cama, já deixei muitas
pacientes deitadas em macas, paridas, vigiando constantemente para que não se
acidentassem enquanto aguardavam a liberação de leitos, por estarem as macas
indevidamente ocupadas, éramos obrigadas por forças das circunstancias, a
acomodar muitas gestantes se contorcendo
em contrações a ter acesso ao interior
da maternidade em cadeiras de rodas ou
carregadas de “cadeirinhas humanas” para sala de parto. Isto tudo não foi por
falta de mais médico, muitos deles não paravam de atender incluindo partos
realizados por eles, dentro de taxis por falta de macas para transporta-las
para dentro da maternidade.
Muitos improvisos foram realizados por falta
de mais enfermarias, mais técnicos de enfermagem, mais leitos, mais roupa de
cama, mais mesa de parto, mais macas, mais cadeiras de rodas, mais suportes
para equipos de soros, mais monitores cardíacas, mais incubadoras, mais
recursos humanos, mais tudo para tender bem o paciente e em segurança.
Não busquemos culpados, temos
certeza de que todos os profissionais de saúde, dos diretores ao pessoal da
higienização ficarão muito felizes em poder atender a população com um serviço
de excelência, ou chegar perto disto.
PRECISAMOS SOMENTE DE MAIS
MÉDICOS? OU DE MAIS TUDO NA SAÚDE? JUNTO
COM A AQUISIÇÃO DE MAIS MÉDICOS, SENHORES, ACRESCENTEM A LISTA DAS NECESSIDADES
PRIORITÁRIAS NA SAÚDE, MAIS TUDO O QUE FOR NECESSÁRIO PARA ATENDER COM
DIGNIDADE O CIDADÃO QUE VAI EM BUSCA DO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE, POIS PARA
ISTO PAGAMOS MUITOS IMPOSTOS.
Enfermeira Regina Pastor
Enfermeira Concursada da UFBA
Obstetriz e pós-graduada em Especialização
do Ensino em Saúde
Brilhante o artigo, eu como estatístico também defendo essa ideia que precisamos muito de "mais tudo" .
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