quinta-feira, 24 de novembro de 2016

ENFRENTANDO DESAFIOS PARA CONQUISTAR OBJETIVOS

O Desafio de Construir um caminho para alcançar metas e a reorientação nas práticas profissionais dentro de um mundo tão desestruturado que jaz no poder de forças “ocultas” tornam difícil a vida humana: dificuldades para sobreviver dignamente, frustrações, tristezas, impotências, falta de esperança, desemprego, falta de oportunidade para uma formação profissional, descriminações das minorias.

Chegamos a um momento crítico em que muitos se perguntam: Por que? Como isto está acontecendo?

Culpamos a juventude atual, que em outros tempos era considerada “o futuro do país” por tantas delinquências. Fiz parte desta esperança do futuro do país.  Busquei através de muita disciplina, traçando metas enquanto cursava o primário.  Iria fazer uma faculdade. Não foi fácil alcançar esta meta. Foi muito, muito difícil. Mas, as dificuldades eram somente financeiras. Sendo eu do interior da Bahia, tive de procurar empregos para me alimentar, pagar pensionato, transporte e faculdade. Penei por falta de recursos financeiros. Contudo, não por falta de oportunidades. Estudei em boas escolas públicas. Consegui ser contratada enquanto universitária em três empregos. Outros tempos. Estava no início da faculdade, no primeiro semestre.  Aprendia nos trabalhos técnicas manuais sem ter o conhecimento cientifico, o que fui aprendendo nas aulas da faculdade.



O primeiro através do projeto Rondon, um projeto do governo federal que oportunizava aos estudantes universitários daquela época a trabalharem em período inverso aos seus estudos. Outros dois em hospitais diferentes, onde dava plantões noturnos com “bolsa de trabalho”. Uma noite em um hospital, outra noite em outro. Descansava 2 horas durante um plantão. Era uma forma de estágio remunerado. Dormia em casa três noites por semana. Agradecia a Deus. Privava-me do sono, mas, tive oportunidade de me manter estudando e pagar minha faculdade, que era a Católica. Recebia um salário mínimo em cada um. Cursar a Federal nem por sonho, pois as aulas naquela época eram o dia todo. Como trabalhar? Tinha em minha mente que isto não duraria por muito tempo. Não durou. No quarto semestre consegui um emprego de meio período com salário que cobria as minhas despesas. Para economizar, andei muito a pé longas distancias. Estou viva e não me arrependo.

Cursar uma faculdade nos anos setenta, era um sonho que muitos jovens almejavam e alcançavam. Emprego, ascensão profissional, social e financeira garantida.  

Em paralelo com a época atual, há falta de boas escolas públicas, em que os jovens possam ter o direito de competir com os bem preparados, fato que acaba os excluindo das faculdades públicas, privando-os do direito da isonomia.

Não precisamos de mais presídios, precisamos de uma boa educação, de creches, de escolas que funcionem o dia todo e os mantenham ocupados estudando, praticando esportes. Boas bibliotecas, bons professores estimulados, tanto na sua formação humana pedagógica como financeiramente. Desengessar as unidades temáticas da matriz curricular. Acabar com a mesmice adaptando a educação para as necessidades de um mundo globalizado.

O que leva o jovem a delinquir, na sua maioria, é a falta de uma boa educação, a ausência dos pais que por necessidades existenciais tem que deixar seus filhos sozinhos sem supervisões. Vão em busca do pão de cada dia para o sustento da família. A certeza de que seus filhos estejam se preparando para a vida com a colaboração do estado não existe mais. As greves dos professores não existiriam ou seriam limitadas se estes valiosos profissionais por onde tudo começa e termina na formação de um cidadão laborativo de um país fossem valorizados.

Muitos jovens fora das escolas, desmotivados, desestimulados, com tempo livre, desocupados são aliciados por marginais para os mais diversos tipos de crimes. Não precisamos de mais presídios. Precisamos de educação de qualidade. De estímulos e oportunidades para uma juventude sem rumo. Nunca desista, dificuldades existem, mas são passageiras.

Regina Pastor